Carro clonado: como saber se você foi vítima desse golpe e o que fazer
Foto: Divulgação
Condutores que recebem notificações de multas de trânsito que não cometeram, em lugares em que sequer trafegam, precisam ficar atentos: esse pode ser um indício de que o seu veículo teve as placas de identificação clonadas. Essa prática é cada vez mais frequente no Brasil. Registros do Detran de São Paulo apontam que, nos últimos anos, as ocorrências triplicaram.
Veículo clonado, também chamado de "dublê", consiste na cópia de outro: mesma marca, modelo e placas do original. Os criminosos são motivados a realizar a clonagem por vários motivos, mas os mais comuns são para burlar a fiscalização de trânsito e para vender com mais facilidade.
Tanto o motorista que tem o seu carro clonado quanto o que compra um sem saber, estão expostos a inúmeros problemas. Por isso, identificar essa ocorrência o quanto antes é extremamente importante.
Como saber se o meu carro foi clonado?
Do ponto de vista do proprietário do carro clonado, os primeiros indícios de que ele está sendo vítima desse golpe é pelo recebimento de infrações que ele não cometeu, em locais que nunca trafegou, bem como de pontos lançados em sua CNH.
Quando o veículo é conduzido apenas por uma pessoa, fica mais fácil identificar esse problema, já que ela mesma tem controle dos lugares por onde anda. Mas vale ressaltar que, geralmente, os veículos clonados trafegam em outros estados, como forma de melhor despistar a fiscalização.
Outra maneira de muitos condutores identificarem o crime é por meio das imagens do veículo recebidas nas notificações de autuação - como nos casos de multa por excesso de velocidade, em que aparecem fotos do veículo no auto de infração. Geralmente, é possível perceber detalhes que não condizem com o próprio carro, como um adesivo, uma película diferente no vidro ou um amassado.
Já quem compra um carro e tem receio de que ele possa ser clonado, existem algumas dicas importantes que servem como prevenção.
Como saber se eu comprei um carro clonado?
Antes de comprar um veículo seminovo, é preciso tomar uma série de cuidados como forma de prevenção, a fim de não se tornar uma vítima dos carros dublês. Em primeiro lugar, é recomendável que se realize a compra em revendas confiáveis. Negócios realizados diretamente com o proprietário são mais propensos a esse tipo de risco. Da mesma forma, veículos revendidos por preços muito abaixo do mercado merecem atenção.
Uma das primeiras atitudes a serem tomadas antes da compra é realizar uma pesquisa da placa do carro no site do Detran do estado em que ele está sendo vendido. Assim, é possível confirmar se ela confere com a do veículo.
Também é importante que o comprador peça os documentos originais do veículo, como o CRLV e o CRV. Nesse caso, é preciso ficar atento para que eles não sejam apresentados em segunda via. No CRLV, por exemplo, essa informação deverá constar no seu canto superior direito. Agora, com o documento em versão digital, esse pode ser um passo um pouco mais difícil de ser tomado.
A numeração do Chassi, geralmente localizada do assoalho do carro, também pode ser alterada pelos golpistas. Uma dica útil é passar um pouco de removedor de esmalte sobre os números. Se a tinta sair com facilidade, é um grande indício de falsificação. Nos vidros do veículo, também é possível identificar alterações no Chassi (se estão na sequência correta, sem ondulações, com falta de foco etc.).
Por fim, antes de fechar o negócio, procure levar o veículo para inspeção em um local confiável. Existem empresas especializadas em fazer um tipo de vistoria que detecta possíveis sinais de clonagem. Vale a pena investir.
Que medidas tomar se o carro for clonado?
Assim que o condutor desconfia de que seu carro pode ter sido clonado, é imprescindível que ele registre um Boletim de Ocorrência junto à delegacia. Em seguida, é importante levar os documentos do veículo e os recibos da compra para que as autoridades possam averiguar se o condutor é vítima do golpe e, assim, emitem o Laudo do Carro Falso.
O próximo passo é ir até o Detran do seu estado, com o registro de ocorrência em mãos. Os demais documentos necessários irão variar conforme cada Detran, mas geralmente eles incluem RG, CPF, CRLV, CRV, laudo da vistoria e, quando possível, as multas recebidas pelo veículo clonado.
Depois do Detran, será necessário realizar uma vistoria de identificação veicular. Os serviços realizados incluem a troca das placas e a emissão de documentos novos.
Detran deverá emitir novos documentos
Conforme expõe o artigo 6º da Resolução nº 670/2017, depois que o processo administrativo for concluído e houver a comprovação da existência do veículo clonado, o órgão deverá tomar algumas providências, dentre elas estão:
Inserir os caracteres CL ao final do número de identificação veicular e do número de motor (no registro do veículo original);
Criar novo registro no RENAVAM para o veículo original;
Realizar novo emplacamento do veículo;
Anotar a restrição administrativa "registro de veículo clone";
Realizar a "baixa por clonagem" do registro do veículo.
Vale ressaltar que a troca de placas deverá ser realizada após o pagamento de todos os débitos, taxas, multas e impostos vinculados ao registro do veículo (exceto aqueles gerados pelo carro clonado).
Além disso, todos os pontos relativos às multas que, comprovadamente, tiverem sido registradas com o veículo dublê, deverão ser excluídos do prontuário do condutor que for o verdadeiro proprietário.
Fonte: UOL
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