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CORONAVÍRUS AFETA ENTREGA DE PEÇAS VINDAS DA EUROPA; REGIÃO SOFRE COM SUSPENSÕES


Novo epicentro do coronavírus Covid-19, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Europa sofre agora com o surto da doença. Além de esvaziar as ruas do país, a economia perde força com a recomendação de que as pessoas não deixem suas residências, causando suspensões de atividades em comércio e fábricas, afetando logicamente o ramo automotivo. Por isso, a indústria brasileira também deve sentir os efeitos do temor no Velho Continente: as plantas locais devem sofrer com a falta de componentes oriundos daquela região, como já se previa ocorrer com autopeças chinesas (leia aqui).

Na semana passada, quando se levantou a hipótese de linhas de montagem pararem por falta de peças, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) indicou que as empresas locais avaliavam alternativas para a logística. Entre elas, estava o transporte aéreo dos componentes ou mesmo alterar o mix de produção das fábricas. Essa segunda opção deve ser escolhida, pois o problema agora não é a entrega, mas sim a fabricação dos itens.

Depois do crescimento significativo no número de casos na Itália, outros países da Europa vêm tendo avanços similares. Por isso, tem sido comum o fechamento de operações consideradas “não essenciais”, mantendo-se apenas serviços como supermercados, farmácias e hospitais, por exemplo. Na Velha Bota, a Ferrari fechou sua fábrica, prevendo retomar atividades apenas no dia 30 de março. A FCA fez o mesmo, mas, em comunicado emitido nessa segunda-feira (16), estendeu a medida para as plantas em Polônia e Sérvia.

A Ford também anunciou a interrupção de ações em sua fábrica na espanhola Valência, a maior da empresa na Europa. A empresa revelou que três funcionários locais testaram positivo para o Covid-19, motivando a medida mais drástica. No mesmo país, a Renault-Nissan fechou suas três plantas, após um fornecedor de rodas ter a unidade fabril isolada. Já o complexo da Seat em Martorell enfrenta problemas de logística, o que também causou sua paralisação.

Do lado de cá do Atlântico, além do Brasil, o México também pode ter fábricas fechadas temporariamente. Por lá, o maior problema está na falta de peças. Porém, como aqui, o risco de contágio pode, em breve, também motivar decisões no caminho de suspender operações.

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